A reposição hormonal masculina e a andropausa são aspectos fundamentais na saúde do homem moderno, principalmente considerando as mudanças demográficas em curso. Segundo dados do IPEA, o Brasil experimentará um aumento significativo na população acima de 60 anos nas próximas décadas. Isso implica um maior número de homens enfrentando os efeitos do envelhecimento, incluindo a diminuição da produção de testosterona, um fenômeno muitas vezes associado à andropausa.
A testosterona, uma molécula crucial no metabolismo masculino, começa a declinar gradualmente após os 40 anos, em média 1% ao ano. Esse declínio hormonal pode levar a sintomas como redução da libido, disfunção erétil, fadiga, alterações de humor e diminuição da massa muscular. Esses sintomas, frequentemente confundidos com o envelhecimento natural, são indicativos de um distúrbio androgênico associado ao envelhecimento masculino (DAEM).
A identificação do DAEM pode ser feita por meio de questionários e exames de sangue, que avaliam os níveis de testosterona total e livre. Em casos confirmados, a reposição hormonal pode ser indicada, desde que não haja contraindicações, como histórico familiar de câncer de próstata ou apneia do sono não tratada.
As opções de tratamento para a reposição hormonal incluem injeções intramusculares, géis ou adesivos cutâneos, injeções de longa duração e, mais recentemente, implantes subcutâneos absorvíveis. Cada método tem suas vantagens e desvantagens, e a escolha depende das necessidades e condições de saúde de cada indivíduo.
Além de melhorar os sintomas associados à andropausa, a reposição hormonal tem implicações positivas para a saúde do homem. Ela pode contribuir para a melhora do metabolismo, aumento da massa muscular e óssea, e redução dos riscos associados à síndrome metabólica. No entanto, é essencial que tal tratamento seja acompanhado por mudanças no estilo de vida, como dieta saudável, prática regular de exercícios físicos e controle de hábitos prejudiciais como o consumo de álcool e tabaco.
Importante ressaltar que a reposição hormonal não aumenta o risco de câncer de próstata, mas pode acelerar o crescimento de um câncer já existente. Por isso, o acompanhamento médico é fundamental, tanto para monitorar a eficácia do tratamento quanto para prevenir possíveis complicações.
Finalmente, é crucial uma abordagem responsável e bem informada sobre a reposição hormonal.
O tratamento deve ser indicado apenas para homens que realmente apresentam deficiência hormonal comprovada e não deve ser utilizado para fins estéticos ou de aumento de performance esportiva. A reposição hormonal, quando bem indicada e monitorada, pode significar uma melhora considerável na qualidade de vida dos homens mais velhos, permitindo-lhes continuar ativos e saudáveis durante esta nova fase da vida
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